"Hay hombres que luchan un dia y son buenos
Hay otros que luchan um año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida
Esos son los imprescindibles"
(Bertolt Brecht)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

"A Irmandade do Engano da Alma"




Por Runildo Pinto


O Governo do Estado do Rio Grande do Sul empossado pela Sra. Yeda Crusius, tem características aparentemente peculiares a qualquer governo tradicionalmente burguês: a intransigente defesa dos interesses das elites, a capacidade de dominar a mídia e a economia como eixo hegemônico da sociedade e manter a "cultura" como instrumento de coerção e condicionamento dos indivíduos. Sem sombra de dúvida o governo Yeda Crusius representa estas concepções e se assemelha muito ao governo Collor de Mello, que primeiro aplicou o neoliberalismo no Brasil, sob a insígnia do “moderno”, com vigor de juventude e aquele ar de contemporaneidade e engajamento do Brasil na sociedade mundial. O “Novo jeito de Governar” da governadora tem premissas que conjugam as pretensões “Colloridas”a uma mesma conclusão.

Collor de Mello tinha a plataforma do progresso, da modernização de adaptar o Brasil aos novos paradigmas do mercado mundial, Yeda a pretexto de um estado em tempo atual faz purgação da dívida do Estado, sua profissão de fé para abduzir a sociedade rio-grandense a receber e aceitar o receituário neoliberal.

Yeda como Collor, exercem o fundamentalismo exacerbado do neoliberalismo e com um requinte autoritário, que em Collor não se difundia com tanta veemência, a preferência foi pela desconstituição moral das instituições, por desregulamentação das leis fundamentais de uma sociedade política formada com fins específicos de criar privilégios ao mercado, ao grande capital, ai se institui a corrupção como uma categoria dos três poderes. Assim, o Estado se dissocia da sociedade e prioriza o capital, levando a concretizar a corrupção como o enlace, o elo entre o Estado e o capital.

Collor e Yeda têm perfis muito próximos, são arrogantes, vaidosos e respaldados pelo dogmatismo liberal. Dada as suas condutas insolentes-daquele que refere tudo a si próprio-, e a prática de ignorar o tempo e o espaço do contexto conjuntural e subjetivo pela atuação despótica. O autoritarismo do Governo Yeda reflete na sua aliança entre o conservadorismo e o liberalismo. Enquanto perde sua credibilidade no seio da sociedade, elege como foco de sua enfermidade: os movimentos sociais, reprimindo-os. Provocando as forças reacionárias (Ministério Público Estadual, latifundiários, empresários, mídia) a dar movimento e proteção aos seus propósitos políticos e empregar enganos ao imaginário popular. Chegam a ser bizarros os procedimentos morais da Governadora e dos Secretários de Estado, Diretores das empresas de caráter estatais; em todas as instâncias de seu governo, o ato de conduzirem-se, manter-se nas estruturas apesar das constantes denúncias de desvios éticos e morais desse governo. Pessoas desprovidas de qualquer escrúpulo e dignidade, que não tem nenhuma hombridade. É vergonhoso ver esses personagens falastrões repetidamente, incessantemente aparecerem nos meios de comunicação para justificarem suas atitudes. Há uma afetação descarada que desmoraliza a sociedade, e a estes atores nada acontece.

A face desse governo quebra os paradigmas de mudanças em um futuro próximo à população do sul do Brasil, enquanto isso os capitalistas e a mídia dão sustentabilidade ao governo Yeda. A realidade constituída por práticas injustificáveis que nos remetem um ambiente de visagem, a uma sensação aérea, a uma condição Yedana-de um Estado mental caracterizada pela absorção em devaneios subjetivos e alheamento do mundo exterior. Da cumplicidade ideológica do agronegócio e das grandes empresas, reforçada pela prepotente característica comportamental do tradicionalismo gaúcho, que alimenta um quadro conservador e dramático contra o povo rio-grandense que vive uma contradição atroz, entre a truculência e a corrupção, vítima da "irmandade do engano da alma".