"Hay hombres que luchan un dia y son buenos
Hay otros que luchan um año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida
Esos son los imprescindibles"
(Bertolt Brecht)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Bento Gonçalves da Silva: o abigeatário confesso


Os empresários cantam aos quatro ventos, que são eles os responsáveis pela existência dos empregos. Sem eles a produção dos bens e serviços, a sociedade não existiria. Há certa razão em suas palavras, mas, porém, o que não é revelado ao povo das nações que esta responsabilidade não se deve aos préstimos sociais pelo quais os meios de produção deveriam corresponder, as necessidades básicas de vida dos seres humanos. Há, aqui, implícito, inerente ao sistema capitalista o inverso das necessidades de reprodução da vida. Um conjunto de princípios estabelecidos pelo movimento do dinheiro e, assim, uma rígida incompatibilidade com o complexo das faculdades anímicas da humanidade.

O âmago desta combinação, propriedade privada dos meios de produção e dinheiro, desde a sua origem, institui inescrupulosamente na sua maneira de ser, comportamentos e atitudes nas transações com o objetivo de acumular capital, em detrimento das necessidades das pessoas.

Quando o objetivo da sociedade é o dinheiro, a violência, o crime estabelece na sociedade seus interesses, as divisões, a quebra da unidade humana da solidariedade. Funda-se o individualismo para dar sentido e justificar cada ação. A cada divisão da força de trabalho reduz-se a necessidade de seres humanos para realizar as tarefas da produção seja na agricultura, na indústria ou em serviços. Somente tem alcance de realizar suas necessidades aqueles que podem pagar pelo que necessita seja: saúde, educação, alimentos ou uma geladeira.

No artigo, “A Matriz da Violência do Mundo” de Cristóvão Feil, estas evidências aparecem com precisão, apesar do cotidiano, para os demais mortais, estar empacotado no senso comum construído pela preponderância ideológica da classe dominante. E por ventura ao desvendar-mos, ao romper-mos com a invisível e espessa alienação, que condensa uma espécie de vedação, e concretizada como verdade absoluta na consciência das pessoas padronizando costumes e condutas. Como exemplo disso, citaremos a farsa dos heróis das elites proprietárias do Rio Grande do Sul: o General Bento Gonçalves da Silva, abigeatário confesso –o grande herói da burguesia guasca.

O capitalismo é um jogo, que coloca as pessoas em confronto constante e à ambições ilimitadas. Violência e crimes escoram toda as justificativas e condenam todos aqueles que o contestam no fio da navalha.


Leia aqui, artigo postado no Diário Gauche por Cristóvão Feil: A Matriz da Violência do Mundo